DIOMAR

domingo, 12 de agosto de 2012

DESRESPEITO-PADRÃO

BELMIRO VALVERDE JOBIM CASTOR/ DIOMAR FRANCISCO/ GAZETA DO POVO.

"Oporação padrão" é uma das jóias do vernáculo dos movimentos grevistas no Brasil. Quando alguém disser que que está fazendo uma operaçao-padrão, é necessário traduzir: esse alguém está se negando a fazer aquilo a que seria profissionalmente obrigado.  Quando se trata de uma categoria de trabalhadores do setor privado, apesar dos desconfortos que isso possa representar, tudo bem: é apenas a exacerbação das lutas sindicais em busca de maiores salários ou maiores vantagens para seus representados.  Quando, porém, envolve agentes públicos, cujas tarefas são indelegaveis, as greves e as tais operações-padrão comportam apenas uma interpretação: o mais absoluto desrespeito pela população, a mais flagrante demostração de insensibilidade por gente que nada tem a ver com os reclamos salariais de quem quer que seja.

Ou os funcionários da Anvisa e da Receita Federal não sabem que a paralização da importação de derminados medicamentos coloca em risco a vida milhares de pessoas que dependem deles? será que os policiais federais, que resolveram fiscalizar mala por mala em diversos aeroportos para simplesmente burocratizar e atrasar o embarque de milhares de pessoas e causar um efeito cascata nos outros aeroportos do país, , não tinham ideia de que estavam causando danos irreparáveis a muita gente?

Negócios frustrados, consultas e sirurgias adiadas, entrevistas de emprego canceladas?
Aliás, é interessante que o porta-voz dos que realizam a tal operação em Curitiba tenha declarado que aquele deveria ser o procedimento normal, que só não é realizado rotineiramente por falta de pessoal. Ele deve estar cansado de saber que fiscalizar milhares de viajantes por universo e não por amostragem, sem que haja uma razão concreta, não é uma decisão minimamente inteligente, mas preferiu achar que quem era acometido de incuráveis burrice eram os ouvintes.

Será que os Policiais Rodoviários que provocaram dezenas de quilômetros de congestionamente nas estradas ao rsolver verificar individualmente os documentos de pessoas e cargas não imaginam que naqueles milhares de veículos imobilizados ou andando a passo de tartaruga devem existir pessoas que estão sendo levadas às pressas para um hospital, ou perdendo seu dia de trabalho e de faturamento do caminhão, atrasando-se para resolver um assunto de vida ou morte?

Algumas greves têm o poder desproporcional de destruir as instituições em que ocorrem. A das univesidades federais brasileiras é uma delas. Milhares de horas e de anos de pesquisa foram jogados no lixo pela intranssigência de ambas as partes; o ano letivo está perdido pera milhões de alunos, o vestibular está ameaçado de adiadamento. Enquanto isso, políticos e gestores públicos observam entre impávidos, perplexos ou intimidados a destruição da iniversidade brasileira, já acossada pelo populismo e pelo sindicalismo.

Mas dias, menos dias, grevistas e seus patrões chegarão a algum tipo de acordo ou de capitulação. Então, só restarão os prejuízos-muitas vezes irreparáveis- causados pela intransigência de uns e outros e o justo ressentimento da população com tanta insensibilidade.

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