DIOMAR

domingo, 2 de março de 2014

LIÇÕES DA GREVE DO ÔNIBUS EM CURITIBA

#DIOMAR FRANCISCO/ CELSO NASCIMENTO/GAZETA DO POVO}

Da greve dos motoristas e cobradores que paralisou o transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana emergem algumas importantes lições que, se não aprendidas agora, cobrarão preços cada vez mais altos no futura próximo. Ou se fazem agora mudanças importantes no sistema de financiamento de transportes, ou colapso será inevitável.

Uma das primeiras lições: por incrível que pareça, para as empresas quase tanto faz qualquer porcentual de aumento aos seus empregados, já que, se homologados pela justiça pela justiça trabalhista, tais reajustes estarão automaticamente embutidos na tal tarifa técnica  que têm direitos de receber a cada fim de dia. O que significa que os concessionários nada perdem, mas obrigam o poder público a aportar subsídios cada vez maiores ou o povo a pagar mais pela passagem.

A primeira lição, portanto, é a que recomenda alforriar a administração pública e a sociedade da escravidão que lhes foi imposta pelos contratos da prefeitura de Curitiba com os consórcios vencedores da licitação de 2010 promovida ainda na gestão do então prefeito Beto Richa.

outra lição importante que emerge da grave é a contabilidade dos prejuízos sociais e econômicos que ela causou: milhares de cidadãos deixaram de trabalhar ou de ir à escola; muitos perderam consultas médicas; comércios indústrias paralisaram ou reduziram as suas atividades. apenas no primeiro dia da greve, quarta-feira, o comercio da Rua xv de Novembro deixou de faturar R$ 150 milhões, segundo nota oficial da Associação Comercial do Paraná (ACP).

Veja o caso de Curitiba e região metropolitana: se o custo mensal para manter o sistema for de R$ 100 milhões, ele poderia ser dividido pelo milhão de empresas instaladas na capital e municípios vizinhos. Em média e proporcionalmente ao número de funcionários, cada empresa tem  ( que atualmente já paga vale-transporte) contribuiria com R$ 100,00 por mês recolhido ao gestor do sistema, no caso a Urbs, sob fiscalização de organizações sociais. Usuário eventuais ou não beneficiários do vale-transporte pagariam tarifas reduzidas.

Como do vale transporte precisa ser alterada, a proposta já foi levada ao Congresso e à presidente Dilma Rousseff. Pode demorar. Enquanto isso, esperamos pela próxima greve.

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