#DIOMAR FRANCISCO-CANDIDATO À DEPUTADO FEDERAL Nº1255-PDT. GLEISI- GOVERNADORA- VICE- HAROLDO FERREIRA. JUNTOS POR MUDANÇAS NECESSÁRIAS, NO PARANÁ E NO BRASIL.
ROGERIO GALINDO/ GAZETA DO POVO}
Umas das tarefas de um curso de jornalismo é a de ensinar o aluno a ter uma relação honesta com a informação.
Por um lado, a ciência da comunicação não pode pregar a existência de "verdades" que possam ser apreendidas pelo repórter. Virou clichê na profissão a afirmação de que a imparcialidade absoluta do jornalismo é impossível: a própria escolha dos temas, o modo de abordá-los e a seleção dos entrevistados (entre centenas de outros pontos), tudo isso impede o jornalismo de ser "neutro". Jornalismo, em grande medida, é hierarquização e interpretação- nada mais distante de uma objetividade fria.
A ideia aqui é que, visto que a neutralidade completa é absurda e impossível, tentá-las só pode ser uma farsa-uma fraude contra a própria inteligência ou contra a boa-fé do leitor. O jornalismo que se diz neutro só pode ser tolo (na melhor das hipótese) ou mentiroso (na pior). Não haveria salvação fora do texto abertamente opinativo ou que, pelo menos, exponha claramente a quem o leia (ou assista, ou ouça) qual a posição de seu autor. Mas isso deixa de lado a hipótese interessante de que podemos buscar um ponto de equilíbrio.
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É possível dizer de maneira digna que, embora saibamos que não temos como ser máquinas inumanas, estamos fazendo o melhor que podemos para compreender os fatos de maneira ampla, tentando deixar de lado nossos preconceitos, tentando colocar nosso intelecto para trabalhar em favor de um jornalismo que conte versões intelectualmente honesta dos fatos, sem deturpá-los. O pior dos mundos seria desconfiar da razão e da nossa capacidade interpretativa a ponto de só crermos naquele que se diga militante.
Até porque, em muitas vezes, o discurso da militância seve muito mais para encobrir outra praga do jornalismo- o da deturpação dos fatos para que eles caibam em uma ideologia. Está na moda: desde que avisado de que essa é a linha do veículo, o leitor estaria autorizando repórteres, colunistas e blogueiros a buscar os argumentos mais torpes e enviesados para defender certas posições.
Eis uma tarefa interessante para o professor de jornalismo de hoje. Enfrentar um mundo em que a "verdade" definitiva não existe sem incentivar os alunos a caírem no cinismo ou na irrelevância. Como em toda ciência social, no jornalismo temos também de conhecer nossos limites de compreensão do mundo, sem nunca nos furtarmos de tentarmos chegar à realidade dos fatos e de expô-los de maneira honesta a quem nos lê.
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