DIOMAR

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A COPA NA CORDA BAMBA EM CURITIBA

#DIOMAR FRANCISCO}

SERIA TRÁGICO QUE CURITIBA FICASSE  DE FORA DA COPA, MAS NÃO PODEMOS ACEITAR PAGAR QUALQUER PREÇO PARA MANTER AS PARTIDAS NA ARENA.

Em 2007, quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014, o então presidente Lula, principal cabo eleitoral do país, garantiu que não haveria dinheiro público nos estádios que receberiam a competição. "Tudo será bancado pela a iniciativa privada", prometeu em 30 de outubro daquele ano. Pouco mais de seis anos depois, às vésperas da competição, as verbas públicas estão bancando a maior parte dos gastos com os estádios, vários dos quais com as obras atrasadas. O pior caso é justamente o de Curitiba, visitada ontem pelo secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, que levantou a hipótese de a cidade não ser uma das sedes da Copa se até 18 de fevereiro não haver garantias de que a Arena da baixada estará pronta a tempo.

Como resposta ao ultimato da Fifa, prefeitura e governo do estado resolveram deixar de simplesmente despejar dinheiro na Arena e decidiram entrar na gestão da obra. Uma intervenção, que dados o volume de recursos públicos investidos (só a prefeitura informou a Fifa ter gasto quase 220 milhões com Arena e seu entorno) e o ritmo preocupante das obras, até demorou para ocorrer. Não há dúvidas de que teria sido muito melhor que a promessa de Lula tivesse sido cumprida e que os estádios não demandassem dinheiro dos impostos pagos pelos brasileiros, infelizmente, não foi o que aconteceu,  e agora a prioridade é impedir o desperdício. Seria uma tragédia que, a essa altura, Curitiba ficasse de fora da Copa por incompetência coletiva- não apenas pelo que já foi investido na Arena, mas também pelos ganhos que a cidade deixaria de ter com a redução drástica no fluxo de turistas-torcedores. Mas não é por isso que se aceitará pagar qualquer preço para manter na Arena as quatro partidas previstas. Não vemos o acréscimo de mais dinheiro público nas obras do estádio, por exemplo, como uma solução correta. Uma alternativa adequada seria que a iniciativa privada bancasse eventuais novos aportes.

Em março de 2012, Valcke disse que o país precisava de um "chute no traseiro" para acelerar os preparativos da Copa. Em vez de reconhecer que o francês tinha razão, a maioria dos brasileiros entrou em um surto nacionalista de repúdio às declarações, Àquela altura, ainda faltavam mais de dois anos para a Copa. Agora, faltando menos de cinco meses para o pontapé inicial, pode-se desculpar até a deselegância nos termos usados por Valcke. Afinal, se mesmo com palavras duras os brasileiros deixaram a situação chegar aonde chegou, onde estaríamos se a Fifa recorresse apenas a advertências suaves?

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