#DIOMAR FRANCISCO/GAZETA DO POVO}
A revista IstoÉ publicou neste fim de semana uma matéria em que uma empresária de Minas Gerais acusa o secretário de infraestrutura e Logística do Paraná, Pepe Richa, e o secretário do Escritório de Representação do estado em Brasília, Amaury Escudeiro, de receberem propina para intermediarem uma negociação com a Renault. A denúncia foi feita à revista pela empresária Ana Cristina Aquino, proprietária da AG Log Transportes, com sede em Betim (MG).
AAG Log vem sendo investigada pela polícia Federal (PF), sob suspeita de lavar dinheiro no esquema de pagamentos de propina no Ministério do Trabalho, que levou à renúncia do ex-Ministro, Carlos Lupi em 2011. A investigação levou a prisão de 22 pessoas dentro da operação Esopo, em setembro do ano passado. A PF suspeita que o esquema envolva pelo menos R$ 500 milhões. Segundo Ana Cristina, seu encontro com Escudeiro foi intermediado por João Alberto Graça, assessor do Ministério do Trabalho, ex-assessor de Lupi e superintendente regional do Trabalho no Paraná entre outubro de 2007 e Julho de 2009. O esquema envolveria a abertura de uma filial da AG Log em Curitiba, para prestação de serviço a Renault, que ampliou sua fábrica em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, no ano passado.
A empresária disse à revista que o governo do paraná usaria as isenções fiscais dadas à Renault para pressionar a montadora a contratar os serviços de transporte da AG Log. Em troca, João Alberto Graça teria 20% de participação na empresa. Graça ficaria com 10% do valor dos contratos com a Renault e outros 10% ficaria com Escudeiro. Ana Cristina Aquino disse ainda que pagou propina de R$ 500 mil a Pepe Richa, que é Irmão do Governador Beto Richa. O dinheiro teria sido entregue por uma lobista chamada Suzana Leite. A revista reproduziu uma página que seria do diário da empresária, com anotação do valor pago a Pepe Richa.
Em outra matéria publicada em novembro de 2013, a IstoÉ mostrou a cópia de um documento da Junta Comercial do Paraná em que consta que a AGX Log Transportes (filial Paranaense da AG Log) funcionava na Rua Roberto Barrozo, em Curitiba. No documento, aparecem como sócios João Graça, que tinha 20% do capital da empresa, e Ednaldo Clemente da Silva Junior, filho de Ana Cristina Aquino.
O contrato com a Renault não teria sido fechado, o que teria gerado prejuízos para a AG Log. A empresa teria investido em uma frota de caminhões para prestar serviços à multinacional. À revista, Amaury Escudeiro negou as acusações e disse que não participou de nenhuma reunião com Ana Cristina. A reportagem da Gazeta do Povo tentou contato com Escudeiro na manhã deste sábado, mas ele estava com celular desligado. Pepe Richa, que também negou as acusações à revista, não atendeu o celular para comentar o assunto. Por meio de sua assessoria, o governo do Paraná informou que não se posicionaria sobre a denúncia neste sábado. A reportagem tentou ainda contato com a AG Log em Betim, mas ninguém atendeu o telefone informado site da empresa. A assessoria da Renault, em São Paulo, também não atendeu as ligações.
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