DORA KRAMER/ DIOMAR FRANCISCO, GAZETA DO POVO.
O Estado paga alguém que leva tempo para se preparar para a função e, quando essa pessoa está em seu melhor momento, paga para ela se retirar e paga de novo por um sbstituto que levará outra vez um tempo para chegar ao nível de conhecimento adquirido pelo antecessor.
Se o Congresso tivesse um pingo de autonomia, de iniciativa e de sensibilidade ao que se passa à sua volta, o assunto do momento no poder legislativo seria a mudança na regra de aposentadoria compulsória aos 70 anos para servidor público.
Se ouvesse ali algum interesse em conjugar a pauta de votações com os imperativos da realidade, o tema estaria na ordem do dia.
Adormecido há seis na câmara desde que o Senado aprovou proposta do Senador Pedro Simon estendendo a vida útil do funcionalismo para 75 anos, o projeto de emenda constitucional adquiriu renovada relevância por obra da gritante discrepância entre as saidas dos ministros Cezar Paluso e Carlos Ayres Britto e os serviços que por muito tempo poderiam ainda prestar no STF.
Acrescente-se o curto prazo que terá no posto teorizavascki, indicando aos 66 anos de idade.
Serão cinco anos e nem um minuto a mais. Amenos que suas excelências saiam da letergia legislativa.
Atendendo a dois pré-requisitos: deixar de lado o lobby dos interessados na alta rotatividade da fila de acesso de advogados às vagas nos tribunais e inguinorar a coveniência do governo de ter sempre vagas á mão para preecher.
Álibi- Noves fora todos os elogios, reverências e expectativas positivas da mais recente indicação de Dilma Rousseff para o STF, é justamente o histórico de Teori Zavaski que faria dele o álibi perfeito para o caso de a escolha ter sido feita com rapidez na esperança de suspenção do julgamento antes das condenações e anúncio das penas.
Para todos efeitos, o Legislativo é um poder independente. Se resolver abreviar o processo o Executivo não pode ser acusado de nada.
Em tese, se o novo ministro assumisse a tempo de votar e pedisse vista do processo não daria margem a questionamentos, pois estaria certo em não julgar sem conhecer a fundo os autos.
CENOGRAFIA.
Como atriz, Marta Suplicy é uma política exímia. Sua simulação de surpresa com o "convite" para ocupar uma vaga na esplanada não passaria em teste de teatro amador.
Marta não apenas trocou a ida para o Ministério da Cultura pelo apoio explícito a Fernande Haddad, cuja candidatura em maio avaliava já ter ido "por agua abaixo", como combinou nomeação imediata. Desta vez não correu o risco de ocasiões anteriores em que ficou a ver navios na hora H.
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