#DIOMAR FRANCISCO/ ELIO GASPARI/GAZETA DO POVO}}
Em dezembro de 1974, a oposição havia derrotado a ditadura nas urnas, elegendo 16 dos 21 senadores, e o ex-presidente Joscelino Kubitschek estava num almoço quando lhe perguntaram o que acontecia no Brasil. "o que vai acontecer, não sei. Soltaram o Monstro. Ele está em todos os lugares." Abaixou-se, como se procurasse alguma coisa em baixo da mesa, e prosseguiu: Ele está em todos lugares, aqui, ali, onde você imaginar." "Que Monstro?"
"A opinião pública."
Dois anos depois JK morreu num acidante de automóvel e o Monstro levou-o nos ombros ao avião que levaria a Brasília. Lá ocorreu a maior manifestação popular desde a deposição de João Goulart.
Em 1984, o general Ernesto Geisel estava diante de uma fotografia da multidão que fora à Candelária para o comício das diretas já. "Eu me rendo", disse o ex-presidente, adversário até a morte de eleições diretas em qualquer país, em qualquer época. Demorou uma década, mas o Monstro prevaleceu. O oposicionista Tancredo Neves foi eleito pelo colégio Eleitoral e a ditadura finou-se.
O Monstro voltou. O mesmo que pôs Fernando Collor para fora do planalto.
Jogo jogado. Contudo seria útil recapitular o que já aconteceu. afinal, o que aconteceu aconteceu, e o que está acontecendo não se pode saber o que seja.
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