, ]{CELSO NASCIMENTO/ DIOMAR FRANCISCO GAÚCHO/GAZETA DO POVO}
Quando, há cerca de dois meses, o governador Beto Richa deu sinais mais claros de que pretendia cooptar o PMDB para a sua base de apoio re-eleitoral, o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ironozou: "Ele está comprando terrono na lua". Diante das dificuldades que richa vem enfrentando para assinar a "escritura"com o PMDB, a profecia de Bernardo começou a fazer sentido.
De fato, o primeiro turno da reforma do secretariado não teve êxito em agasalhar nenhum representanto do PMDB, bem ao contrário da ansiedade anteriormente demostrada por Richa e especialmente pelos os 12 deputados que integram a bancada da legenda na Assembleia legislativa. Duas rasões prevaleceram para a ausência do PMDB entre as alterações promovidas até agora. Permaneceu como secretário (do trabalho) apenas o Deputado Luiz Claudio Romanelle, no governo desde o primeiro dia. E foi justamente de Romanelle, em parceria com deputado Aleixadre Curi, a iniciativa da manobra que, na Convenção de dezembro passado, tirou do Senador Roberto Requião- principal obstáculo á proximação com Beto-a chance de presidir o partido.
Convecionais liderados pelos deputados estaduais e pelo grupo do ex-governador Orlando Pessuti entregaram o comando ao deputado Osmar Serraglio. O PMDB paranaense parecia pronto para sair do muro e entrgar-se a Beto Richa em troca de cargos vistosos no secretariados e nas estatais.
Como na Revolução dos bichos de George Orwell, nos novos comandantes do PMDB começaram a se desentender. Os deputados vetaram-se uns aos outros, de tal modo que nenhum pôde ser escolhido se não fosse garantidas as demais vantagens equivalentes. O resultado é que nem mesmo Romanelli conseguiu a almejar promoção na secretaria do trabalho para a estratégica Casa Civil.
Outro que ajudou a " melar o plano foi Pessuti. Cogitado para assumir a presidência da Sanepar, preferiu seguir outro caminho- o de manter-se fiel à nacional do PMDB, ditada pelo vice- presidente da República, Michel Temer. Isto é, de ficar na base de apoio ao governo petista da Presidente Dilma Rosseff. E, consequentemente, de obedecer à possível orientação do PMDB de, eventualmente, apoiar nos estados candidatos indicados pelo PT.
No caso paranaense, se hipoteticamente o PMDB não lançar candidato próprio, não se descarta a outra hipótese- isto é, de a legenda vir a marchar não com Beto, mas com a virtual adversário dele em 2014, a ministra Gleise Hoffmann. Beto Richa pediu mais uma semana para se entender com o PMDB. "deputados estão viajando", justificou ele, na sexta-feira. Depois que os viajantes voltarem, vão continuar as conversações. Mas de concreto até agora em suas relações com o partido, só mesmo o terreno na lua que ainda observa com telescópio.
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