]{DIOMAR FRANCISCO GAÚCHO}
O Brasil tem problamas de diagnóstico. A questão maior é a falta de capacidade do governo e da sociedade para enfrentar os dramas e fazer as reformas estrutuais necessárias com urgência.
O Fórum Econômico Mundial terminou no último fim de semana. A pesar de não ter revelado nada que o mundo já não soubesse, os debates foram ricos e as conclusões compõem material útil e importante para o exame do desenvolvimento econômico brasileiro e seus problamas. Em geral, esse fórum prioriza as discuções e as análises em três grandes temas, que são o desenvolvimento econômico, e a desigualdade entre as nações e o esgotamento dos recursos naturais.
A crença mundial era de que o Brasil iria seguir crescendo e aumentando a renda por habitante, dando a impressão de que, em alguns anos, o país iria ingressar no clube das nações desenvolvidas e importantes no cenário mundial. Porem, ao fechar as contas de 2012 e apresentar um crescimento do PIB de apenas 1%- inferior ao da África do Sul, que foi de 2,3%-,o Brasil desapontou o mundo, e isso ficou claro no Fórum Mundial.
Os analistas estão tentando entender por que o Brasil nunca consegue crescer de forma sustentada por um períudo superior a uns poucos anos, mesmo quando os números de sua economia são bons. Entre os Países da América Latina, o México já superou o Brasil como queridinhos dos mercados, pois cresceu quase quatro vezes mais. Mas a decepção com o País evidenciada no Fórum Mundial não deve ser vista apenas como uma má vontade dos analistas estrangeiros, e sim como uma oportunidade para o exame das causas que levam o Brasil a ter desempenho tão pífio.
Infelismente o Congresso Nacional parece anestesiado em relação aos temas importantes da economia e, quando ensaia algum debate nessa área, o faz com superficialidade e pouco conhecimento de causa, beirando o desdém.
Talvez nem seja muito difícil entender as raízes principais da falta de crescimento continuado e sustentado do Brasil. Um dos mau hábitos por aqui é a disposição para muitos remendos e poucas reformas. É consenso entre governo, empresários e políticos que o país precisa de reformas em várias áreas- trabalhista, trubutária, de legislação aduaneira, só para citar algumas- ,mas por razões quase inesplicáveis o sistema político não se dispõe a enfrentá-las.
Há dois anos, nesse mesmo Fórum Economico Mundial, foi apresentada uma pesquisa que colocou o Brasil com um dos piores lugares do mundo para se fazer negócios. Entre 139 países, o país ficou em último lugar em relação ao peso da regulação governamental, à extenção e ao peso da tributação; pior que 136 países quanto ao desperdício nas despesas governamentais; e pior que 135 países em relação ao tempo gasto para abrir um negócio.
Nessa mesma pesquisa, a situação do Brasil é considerada péssima em matéria de regidez do mercado do trabalho, confiança nos políticos, crime organizado, custo da violência para os negócios, qualidade dos portos e problamas aduaneiros. Não é preciso ir muito mais longe para entender que, com uma lista de problamas dessa magnitude, o crescimento sustentado seja quase impossível.
O Brasil não tem problamas de diagnóstico. A questão mair é a falta de capacidade do governo e da sociedade para enfrentar os dramas e fazer as reformas estruturais necessárias. Infelizmente, uma nação é resultado das escolhas feitas por sua população e por seus dirigentes. Se a sociedade organizada não assumir o controle do seu futuro e das reformas, tudo indica que dificilmente os políticos irão fazê-los.
Nenhum comentário:
Postar um comentário