#DIOMAR FRANCISCO/ ADRIANO CODATO/GAZETA DO POVO}
Seja lá qual for o "recados das ruas", as jornadas de junho no Brasil correm o risco de terminarem numa retumbante decepção. A falta de modulação entre as demandas anunciadas nos cartazes dos manifestantes e a resposta que o mundo político deu a elas não poderia ser mais completa.
Cidadãos exigiram melhor qualidade dos serviços do Estado. A isso se respondeu com uma proposta- a ser talvez aprovada de um eventual plebiscito- de mudanças das regras que permitem coligações em eleições proporcionais. À cobrança de mais educação, solicitou-se que debatêssemos como deve ser indicado o Suplente do Senado. Ao horror aos partidos, a saída seria, paradoxalmente, aprofundar o poder das burocracias e das oligarquias desses mesmos partidos: instituir uma lista pré-ordenada de candidatos. Contra a corrupção? Discuta-se a ampliação ou público a redução do financiamento público das campanhas dos políticos.
A frase-propagada "Fulano não me representa" tornou-se , então, a senha para longos debates de direitos constitucionais a respeito da crise das instituições. Com isso, aqueles que monopolizam a interpretação dos acontecimentos no Brasil (as grandes corporações da comunicação social) e aqueles que monopolizam os mandatos executivos e legislativos decidiram que tudo seria uma questão de "reforma política".
É preciso dizer claramente: nenhuma, mas nenhuma das propostas (presentes, passadas e futuras) de reforma do sistema eleitoral e do financiamento dos partidos políticos tem a ver com, ou pode resolver o inferno quotidiano da vida das cidades Brasileiras.
As manifestações muitas vezes atacaram com violência sedes de governo, tribunais de justiça, casas legislativas. Não é preciso muita inteligência para se decifrar isso. O caráter simbólico desse vandalismo só pode espantar quem não vive no mundo real.
Basicamente, o que se pediu foi respeito. Os políticos profissionais no brasil, ao lado de magistrados, funcionários públicos, procuradores etc., acumularam tantos privilégios sociais e materiais que é um deboche comparar estádios com escolas, metrô com jatinhos executivos para autoridades, 15 salários anuais com um emprego precarizado.
Estamos mais ou menos assim: a casa pegando fogo enquanto se cogita trocar a estampa do sofá. OBS. Os políticos ainda não entenderam o recado das ruas, o povo mais uma vez vai ter que sair as ruas, só Deus sabe o que pode acontecer, se o congresso não tomar uma atitude drástica em beneficio do povo, o bicho vai pegar mesmo com mais intensidade, estou expressando aqui minha indignação com relação ao congresso nacional, discute tudo, mas nada se faz. Diomar Francisco.
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