{ELIO GASPARI/ DIOMAR FRANCISCO GAÚCHO/GAZETA DO POVO}
Em novembro de 2003, metido numa discussão em torno do crescimento da economia, o então ministro do planejamento, Guido Manteiga, atribuiu-se um poder extraterreno: " Eu não derrubo, só levanto o PIB". Em dezembro do ano passado, colocado diante de uma previsão de que em 2012 a economia cresceria 3,5% contra a estimativa de 4,5% a 5% feita pela a doutora Dilma, o levantador de PIB respondeu:"Me fala quem é que eu mando embora.Vovê pode me dizer os nomes".Esclareceu que "estou brincando",mas arrematou: " A melhor analista é a Presidente".
É nada. Este ano o PIB fechará com um crscimento inferior a 2%. Em 2011 Manteiga entrou na avenida prometendo uma taxa de 4,5%. Quando metade da escola havia desfilado, falava em 4%. Na praça da apoteose o PIB ficou em 2,7%. Diante do mau resultado, o ministro incorpora o espírito do sambista e promete: "Este ano não vai ser igual aquele que passou". Nesta parolagem, o crescimento econômico de 2012 ficaria em pelo menos 4,5%. Não chegará à metade disso.
Deixe-se de lado o fato de que as medidas tomadas pelo governo para impulsionar a economia fracassaram, o que não é pouca coisa. O doutor Manteiga atravessou o espelho quando, diante de um mau terceiro trimestre anunciado pelo IBGE, veio a público para dizer que pedira à instituição que fizesse suas contas. Tomou de volta uma nota oficial informando-o que "não ocorreram mudanças metodológicas nem de fontes de informação no cálculo do PIB, para qual são seguidas as recomendações internacionais".
O IBGE, como todas as instituições do gênero, revê rotineiramente seus cálculos. No primeiro trimestre deste ano anunciaram um crescimento de 0,2% e corrigiu-o para 0,1%. No períudo seguinte, reviu seu número de 0,4% para 0,2%. No dois casos, Manteiga ficou calado. O que ele fez agora foi lançar uma suspeita pública contra uma instituição que, na série histórica, diz mais verdades que mentiras, não se podendo afirmar o mesmo a respeito das istimativas dos sábios da "ekipekonômicas".
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